sexta-feira, 23 de março de 2012

Elas estão sempre apresadas

O ruído dos saltos pisando um a um, em velocidade extrema, é perceptível aos ouvidos apenas nos primeiros minutos. Depois dos 15 primeiros já foram tantos toc-toc-toc que já sabemos que cada uma está indo e vindo de lá para cá. Os pés sinalizam que a engrenagem do sistema está funcionando. Já as mãos realizam a logística da papelada de um setor para o outro. Graça da tecnologia que minimizou o peso carregado por elas. Hoje são poucas folhas e mais árvores, mais tempo de trocar aquela ideia. Mas elas gostam de carregar a quantia de papel que ainda resiste à tecnologia. Sabe o por quê? A cada viagem, é um passeio, um tempo para pensar, colocar no lugar as próximas ações e receber vários descarregamentos de informação. Um blá-blá-blá vindo de todos os lados.

Eu ainda não sei se prefiro escutar as gargalhadas ou os toc-toc-toc do ir e vir.
Aos poucos aprendemos identificar a velocidade de cada passo e o que ele quer dizer. Aos poucos sabemos quem está se aproximando da porta. Aos poucos, também, identificamos a felicidade ou a tristeza no posicionamento dos ombros. O sorriso ou a ausência dela.

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